Fui enganada quando havias entendido,
Perdestes a meada, o fio da confiança.
Não esqueço das promessas, tinhas compreendido,
E não adiantou ter confiado, fim d’aliança.
Que nunca cometerias o que havias prometido,
E novamente me dou com a lembrança,
De te consumir em mim arrependido,
Ficar só, ignorando no palco a dança.
Não tenho medo de voltar o que passou,
Nem dizer o que me intriga é falsidade,
Estas mentiras, o presente me saudou.
O que faço aqui é enfrentar a realidade,
Desabafar nestas linhas, assim chorou,
Em mim, uma ferida, dessa crueldade.
4 comentários:
Que desilusão se pressente neste soneto, amiga...
Um beijo.
O amor do desamor... dor sutil e fina, porém cortante quanto dor.
O lado bom é que lhe deu um soneto e não lhe motivou a tirar o belo sorriso do retrato em branco e preto.
Abraço: Jefhcardoso de blog em blog (http://jefhcardoso.blogspot.com)
"O que faço aqui é enfrentar a realidade,
Desabafar nestas linhas, assim chorou,
Em mim, uma ferida, dessa crueldade."
Gosto muito deste soneto: a verdade da dor, o desabafo, a cadência. Tens de nos brindar com o teu verbo com maior frequência.
Um belo soneto, ainda que acerca de uma desilusão que a marcou.
Mas convém enfrentar a realidade, tal como refere no poema.
Gostei imenso, querida amiga.
Um beijo.
PS: escreva mais vezes...
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