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terça-feira, 9 de março de 2010

Lá fora!

Hoje eu me inspirei nas tuas palavras vazias, nas desculpas esfarrapadas, na tua louca vontade de amar outro alguém, na farpa que corta meu peito por ler palavras tão verdadeiras neste mesmo papel que escrevo, em ler que teus atos são mentiras, as letras que correm de teus lábios escorregam por minha alma, já sem luz e caem em perfeito desalinho desenhando no chão palavras de um falso amor, que quisera existir um único dia e abrilhantar uma noite qualquer. Pergunto-me incansavelmente, o que faço aqui? O que fiz até aqui? Como pude acreditar nisso tudo? Como um dia após outro nos faz perceber através de pequenos detalhes poeiras que se incrustam em um canto formando uma imagem nítida do que deixamos passar e ao ponto que deixamos chegar um dia. Há como recuperar o tempo que passou? Sei não, essa vida que chega e xinga meu inconsciente afasta cada vez mais as possibilidades de ficar preso a ti, mesmo assim, como um grão de feijão dentro de um saco vazio. Já sou grande o suficiente pra ver que isso é acomodação, um grão de feijão sobrevive sem seu saco? Ele está lá, sozinho, em um lugar vazio, mas que lhe protege e que de alguma forma lhe dá um certo conforto perante a segurança que lhe oferece, por outro lado, este mesmo grão de feijão não encontra oportunidades, ele não sabe o que tem fora do saco, e se ao contrário do que ele pense lá fora esteja cheio de surpresas maravilhosas, ao invés das maldades que escuta e precisa do saco para se proteger das maldades do mundo? Lá fora, a chuva caí... a água que dá a vida a todo e qualquer ser vivo não entra dentro do saco, pobre feijão, já se encontra seco na sua mais plena característica de grão. Se acaso este saco resolver um dia ficar sozinho? O que acontecerá com este feijão quando sentir em sua casquinha preta a mais viva sensação de molhar-se ao relento, a fresca e gelada alegria que a água proporciona a nos refrescar em um dia escaldante. E imagine, melhor, bem melhor, se este grão de feijão encontrar uma terra bem fofinha, úmida, que lhe proporcione toda a comodidade do mundo, onde possa respirar em paz, sendo dono apenas de si, sem a dor da prisão, sentindo apenas o maravilhoso pulsar da liberdade, com certeza se brotasse e fincasse na terra sua independência, mesmo que preso ao solo, mas livre, podendo de todas as formas sentir as maravilhosas sensações que a vida pode proporcionar ao ser humano? Quando este saco irá embora? Pois não tenho pernas para andar! É sonhar demais?

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Presença!!