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quinta-feira, 14 de abril de 2011

Papo de Poeta com Jaime A.


Nome: Jaime A. (pseudónimo de Joaquim Sobral Gil).

Cidade/Estado/país: Lisboa/Portugal.

Formação: Engenharia Química.

Blog/sites que participa: www.soprodivino.blogspot.com ; www.gps-poetasdomundo.blogspot.com

Projetos atuais: manter a colaboração nos dois blogues acima.

Como a literatura começou a fazer parte de sua vida? 

- Tive um professor de Português no 3º ciclo que me despertou o prazer pelas Letras: o escritor/pintor/homem de cultura Mário Dionísio.

Quais motivos/autores/obras o levaram a se dedicar ao Universo Literário? 

- Os motivos passam pelo prazer da partilha; houve um autor que também me marcou definitivamente, por curiosidade um romancista não um poeta: Eça de Queiroz; houve também um livro que me marcou: "Viagens na minha terra" de Almeida Garrett.

Que perspectivas tens em relação a Literatura atual produzida em seu país? 

- Deve ser um dos poucos sectores que ainda não está em crise em Portugal... ;) há muito quem escreva (e bem): ensaístas, novelistas, poetas, romancistas. 

O que é poesia para você? 

- A poesia é, talvez, o situar-me no domínio do sentir, do estar; há também uma componente "exibicionista" por parte de quem escreve...

Qual mensagem procuras passar para seus leitores através de seus textos? 

- Não procuro passar mensagem alguma: apenas o que sinto, a busca da palavra, o "desfazer" dos nós que me habitam...

Como você acha que suas obras serão vistas daqui a cem anos? 

- Espero que alguém sinta que houve alguém que escreveu o que sentia...


Um lugar? A tranquilidade

Uma cor? Azul

Um autor? Eça de Queiroz

Um livro? Bíblia Sagrada

Amor? A mulher

Solidão? Quanto baste

Arte? Livros, música, pintura, escultura...

Um segredo? Ainda não cresci enquanto poeta

Ficção? A escrita de um poema

Realidade? Pôr a cabeça de fora

Que recado você gostaria de passar para os leitores do blog? 

- Não parem nunca de ler; sejam sôfregos, famintos; e, claro, vão passando pelo blogue da Ana Matias.


aguarela

agora era o tempo das cerejas,
das cores rubras ao sol,
do cheiro acre das folhas tenras,
dos bagos de suor brilhando,
das bagas em nesgas de luz;

talvez a Primavera
desse a mão ao Estio,
em jeito de seara prenha,
já inchada de papoilas;

o regato não restolhava,
não limava já as margens,
as canas dobradas à sede;

o Verão não buscava o Outono
[afinal];

(...) tão breve
o tempo da demora...



(publicado no meu blogue http://soprodivino.blogspot.com)

Referencio aqui alguns autores (entre parênteses está indicado o link que se encontra no meu blogue): Paula Raposo (as minhas romãs), Marés (marés de espanto), Menina Marota (menina marota), Moriana (moriana2), Blindness (onde me leva a corrente), Nilson Barcelli (Nimbypolis), Graça Pires (ortografia do olhar) e a tua compatriota Silvana Bronze (sussurros poéticos).


PS - quero deixar aqui uma ressalva. A minha oposição em relação ao Acordo Ortográfico nada tem de pessoal e contra o português do Brasil; muito pelo contrário, defendo a especificidade da língua falada e escrita em todos os PALOP's. Se assim não fosse, não teria o carinho e admiração que tenho por Jorge Amado, Carlos Drummond de Andrade (para mim, um dos maiores poetas da língua portuguesa) ou Mia Couto.

Fernando Pessoa - Alberto Caeiro


Ola, guardador de Rebanhos!

«Olá, guardador de rebanhos,
Aí à beira da estrada,
Que te diz o vento que passa?»

«Que é vento, e que passa,
E que já passou antes,
E que passará depois.
E a ti o que te diz?»

«Muita cousa mais do que isso.
Fala-me de muitas outras cousas.
De memórias e de saudades
E de cousas que nunca foram.»

«Nunca ouviste passar o vento.
O vento só fala do vento.
O que lhe ouviste foi mentira,
E a mentira está em ti.»

In O Guardador de Rebanhos

In Poesia , Assírio & Alvim, ed. Fernando Cabral Martins, Richard Zenith, 2001


Quem me dera que eu fosse o pó da estrada.


XVIII

Quem me dera que eu fosse o pó da estrada
E que os pés dos pobres me estivessem pisando...

Quem me dera que eu fosse os rios que correm
E que as lavadeiras estivessem à minha beira...

Quem me dera que eu fosse os choupos à margem do rio
E tivesse só o céu por cima e a água por baixo…

Quem me dera que eu fosse o burro do moleiro
E que ele me batesse e me estimasse...

Antes isso que ser o que atravessa a vida
Olhando para trás de si e tendo pena…



In O Guardador de Rebanhos

In Poesia , Assírio & Alvim, ed. Fernando Cabral Martins, Richard Zenith, 2001

Hoje quis trazer aos leitores do Blog um pouco da Poesia de Fernando Pessoa com o homônimo Alberto Caeiro por pura influência do Leandro Kerr que está cursando a disciplina de "Estudos Pessoanos" na Furg e passa recitando os poemas em casa... Será que vou querer fazer essa disciplina também?!

Quer conhecer a obra do Poeta? CLICA AQUI!!

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Papo de Poeta com Léo Ottesen


Nome: Leandro Barenho Ottesen

Cidade/EstadoRio Grande - RS

Formação: Cursando o 3º ano do Ensino Médio

Blog/sites que participa: blog Devaneios (www.amor-cigano.blogspot.com)

Livros/poemas em antologias publicados: Livro eletrônico Poemas e Coisinhas (http://www.4shared.com/document/6iYC9_P5/Poemas_e_Coisinhas_2_edio_-_Lo.html)

Como a literatura começou a fazer parte de sua vida? 

- O meu amor pela literatura apareceu pela televisão, que sempre mostrou a importância dos livros para um amadurecimento pessoal. Minhas professoras elogiavam os textos que eu escrevia e eu percebi que gostava mesmo daquilo.

Quais motivos/autores / obras o levaram a se dedicar ao Universo Literário? 

- É meio engraçado. Com nove anos, eu assisti a um filme em que um garoto encontra um livro na areia da praia e decide virar escritor. Isto foi o que me levou a escrever.

Que perspectivas tens em relação a Literatura atual produzida no Brasil? 

- A literatura como um todo está indo muito bem. A internet tem ajudado muito no processo de descobrimento de novos talentos, com os blogs e as coletâneas montadas entre eles (algumas até impressas). Eu só gostaria que as editoras fossem um pouco mais abertas a autores desconhecidos. Isto com certeza iria melhorar a produção literária, assim como a sua divulgação.

O que é poesia para você?

- É tudo. A arte da poesia está presente em cada instante da nossa vida. Ela é a tradução de todos os sentimentos humanos em palavras.

Qual mensagem procuras passar para seus leitores através de seus textos? 

- As minhas influências são das mais diversas, por isso é difícil explicar o que eu tento passar para os meus leitores. Meu trabalho é muito subjetivo. Depende do texto e do leitor. O que cada um entende do mesmo texto é simplesmente mérito dele próprio.

Como você acha que suas obras serão vistas daqui a cem anos? 

- Eu pertenço a uma escola muito restrita, por assim dizer, e a minha geração não tem um público exato. Então, eu não posso dizer com certeza como o meu trabalho será visto no futuro. O mundo muda, as pessoas mudam.Talvez os leitores que gostam dos meus textos se extinguem ao final da década. Como saber...?


Um lugar? A praia.

Uma cor? Vermelho.

Um autor? Vinícius de Moraes.

Um livro? Vinte poemas de amor e uma canção desesperada - Pablo Neruda.

Amor? Extremamente necessário, em qualquer forma.

Solidão? Companheira íntima.

Arte? Vida.

Um segredo? Escrevo sobre o que eu não conheço.

Ficção? A realidade mascarada.

Realidade? Todas as pessoas vêem o mundo de formas diferentes.


Que recado você gostaria de passar para os leitores do blog? 

“Livros não mudam o mundo, quem muda o mundo são as pessoas. Os livros só mudam as pessoas.” (Mario Quintana) 


À flor da pele (Léo Ottesen em Devaneios...)

Intenso,
assim é o meu amor.
Como o incenso
queimando flor


À flor da pele,
arde e finda.
O fogo fere
a alma querida


Intensidade
de um momento
vale a eternidade
do sentimento


À flor da pele
eu vou provar
do lento e perene
desgosto de amar


Intenso e violento
Rápido ou disperso
O sabor do pranto
Se traduz no verso


À flor da pele

Siga no Twitter: @leo_ottesen

Vinícius de Moraes

Como dizia o poeta

Quem já passou por essa vida e não viveu
Pode ser mais, mas sabe menos do que eu
Porque a vida só se dá pra quem se deu
Pra quem amou, pra quem chorou, pra quem sofreu
Ah, quem nunca curtiu uma paixão nunca vai ter nada, não
Nao há mal pior do que a descrença
Mesmo o amor que não compensa é melhor que a solidão
Abre os teus braços, meu irmão, deixa cair
Pra que somar se a gente pode dividir
Eu francamente já não quero nem saber
De quem não vai porque tem medo de sofrer
Ai de quem não rasga o coração, esse não vai ter perdão

Presença!!