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segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Embora

Partistes de mim, e sem querer-te,
Jamais compreendi teu desapego,
Assim, destes a mim teu sossego,
Não quis aqui somente amarrar-te.

Folheio nos livros, a querer ler-te,
No infinito, linhas do teu ego,
Em teu corpo, uma luz, segrego,
Um anseio pequeno a desejar-te.

E fostes lindo e, então impulsivo,
Na morte casta, o corpo é sorte,
Em teu jardim há só um copo cheio.

De amor, efeito raro e abusivo,
Uma dose, um cheiro de morte,
Das flores negras, secas de teu enleio.

Por Ana Cristina Matias

Um comentário:

Anônimo disse...

Também nunca entendi o desapego dele.
Partiu, ele jurou.
Mas não sei o que deu errado
porque em mim, ele ficou...

Presença!!