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quarta-feira, 15 de junho de 2011

Vozes do mar - Florbela Espanca


Quando o sol vai caindo sobre as águas
Num nervoso delíquio d’oiro intenso,
Donde vem essa voz cheia de mágoas
Com que falas à terra, ó mar imenso?...


Tu falas de festins, e cavalgadas
De cavaleiros errantes ao luar?
Falas de caravelas encantadas
Que dormem em teu seio a soluçar?


Tens cantos d'epopeias?Tens anseios
D'amarguras? Tu tens também receios,
Ó mar cheio de esperança e majestade?!


Donde vem essa voz,ó mar amigo?...
... Talvez a voz do Portugal antigo,
Chamando por Camões numa saudade!

2 comentários:

Graça Pires disse...

"Donde vem essa voz,ó mar amigo?...
... Talvez a voz do Portugal antigo,
Chamando por Camões numa saudade!"
Belíssimo! Nunca se fica indiferente a um soneto de Florbela.
Um beijo.

Jaime A. disse...

Obrigado por publicares aqui um soneto da "nossa" Florbela Espanca.
Sempre o mar como destino: como partida, como chegada... Lindo!

Presença!!