Nome: Jaime A. (pseudónimo de Joaquim Sobral Gil).
Cidade/Estado/país: Lisboa/Portugal.
Formação: Engenharia Química.
Blog/sites que participa: www.soprodivino.blogspot.com ; www.gps-poetasdomundo.blogspot.com
Projetos atuais: manter a colaboração nos dois blogues acima.
Como a literatura começou a fazer parte de sua vida?
- Tive um professor de Português no 3º ciclo que me despertou o prazer pelas Letras: o escritor/pintor/homem de cultura Mário Dionísio.
Quais motivos/autores/obras o levaram a se dedicar ao Universo Literário?
- Os motivos passam pelo prazer da partilha; houve um autor que também me marcou definitivamente, por curiosidade um romancista não um poeta: Eça de Queiroz; houve também um livro que me marcou: "Viagens na minha terra" de Almeida Garrett.
Que perspectivas tens em relação a Literatura atual produzida em seu país?
- Deve ser um dos poucos sectores que ainda não está em crise em Portugal... ;) há muito quem escreva (e bem): ensaístas, novelistas, poetas, romancistas.
O que é poesia para você?
- A poesia é, talvez, o situar-me no domínio do sentir, do estar; há também uma componente "exibicionista" por parte de quem escreve...
Qual mensagem procuras passar para seus leitores através de seus textos?
- Não procuro passar mensagem alguma: apenas o que sinto, a busca da palavra, o "desfazer" dos nós que me habitam...
Como você acha que suas obras serão vistas daqui a cem anos?
- Espero que alguém sinta que houve alguém que escreveu o que sentia...
Uma cor? Azul
Um autor? Eça de Queiroz
Um livro? Bíblia Sagrada
Amor? A mulher
Solidão? Quanto baste
Arte? Livros, música, pintura, escultura...
Um segredo? Ainda não cresci enquanto poeta
Ficção? A escrita de um poema
Realidade? Pôr a cabeça de fora
Que recado você gostaria de passar para os leitores do blog?
- Não parem nunca de ler; sejam sôfregos, famintos; e, claro, vão passando pelo blogue da Ana Matias.
aguarela
aguarela
agora era o tempo das cerejas,
das cores rubras ao sol,
do cheiro acre das folhas tenras,
dos bagos de suor brilhando,
das bagas em nesgas de luz;
talvez a Primavera
desse a mão ao Estio,
em jeito de seara prenha,
já inchada de papoilas;
o regato não restolhava,
não limava já as margens,
as canas dobradas à sede;
o Verão não buscava o Outono
[afinal];
(...) tão breve
o tempo da demora...
(publicado no meu blogue http://soprodivino.blogspot.com)
Referencio aqui alguns autores (entre parênteses está indicado o link que se encontra no meu blogue): Paula Raposo (as minhas romãs), Marés (marés de espanto), Menina Marota (menina marota), Moriana (moriana2), Blindness (onde me leva a corrente), Nilson Barcelli (Nimbypolis), Graça Pires (ortografia do olhar) e a tua compatriota Silvana Bronze (sussurros poéticos).
PS - quero deixar aqui uma ressalva. A minha oposição em relação ao Acordo Ortográfico nada tem de pessoal e contra o português do Brasil; muito pelo contrário, defendo a especificidade da língua falada e escrita em todos os PALOP's. Se assim não fosse, não teria o carinho e admiração que tenho por Jorge Amado, Carlos Drummond de Andrade (para mim, um dos maiores poetas da língua portuguesa) ou Mia Couto.