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quinta-feira, 14 de abril de 2011

Fernando Pessoa - Alberto Caeiro


Ola, guardador de Rebanhos!

«Olá, guardador de rebanhos,
Aí à beira da estrada,
Que te diz o vento que passa?»

«Que é vento, e que passa,
E que já passou antes,
E que passará depois.
E a ti o que te diz?»

«Muita cousa mais do que isso.
Fala-me de muitas outras cousas.
De memórias e de saudades
E de cousas que nunca foram.»

«Nunca ouviste passar o vento.
O vento só fala do vento.
O que lhe ouviste foi mentira,
E a mentira está em ti.»

In O Guardador de Rebanhos

In Poesia , Assírio & Alvim, ed. Fernando Cabral Martins, Richard Zenith, 2001


Quem me dera que eu fosse o pó da estrada.


XVIII

Quem me dera que eu fosse o pó da estrada
E que os pés dos pobres me estivessem pisando...

Quem me dera que eu fosse os rios que correm
E que as lavadeiras estivessem à minha beira...

Quem me dera que eu fosse os choupos à margem do rio
E tivesse só o céu por cima e a água por baixo…

Quem me dera que eu fosse o burro do moleiro
E que ele me batesse e me estimasse...

Antes isso que ser o que atravessa a vida
Olhando para trás de si e tendo pena…



In O Guardador de Rebanhos

In Poesia , Assírio & Alvim, ed. Fernando Cabral Martins, Richard Zenith, 2001

Hoje quis trazer aos leitores do Blog um pouco da Poesia de Fernando Pessoa com o homônimo Alberto Caeiro por pura influência do Leandro Kerr que está cursando a disciplina de "Estudos Pessoanos" na Furg e passa recitando os poemas em casa... Será que vou querer fazer essa disciplina também?!

Quer conhecer a obra do Poeta? CLICA AQUI!!

Um comentário:

Fernanda disse...

Muito bom seus posts...parabéns!

Presença!!